[Talk-br] [Cocar] Contribuintes para cidades do RJ no OSM

Fernando Trebien fernando.trebien em gmail.com
Quarta Dezembro 18 16:01:06 UTC 2013


"aplicação de restrição de manobra que já existe TAG e implantada para
atender ao uso do OSM como dados para navegador gps (...) agrego a
defesa de não se criar pista dupla ali na Av Chuí. Sou de opinião que
ali ela deve se manter em uma reta só como é."

Mas como você faria isso nos casos em que eu lhe apontei? Ao eliminar
a separação, você cria um erro de roteamento que não pode ser
resolvido apenas com restrições de conversão. Além disso, da forma que
foi feito, está correto sob a perspectiva de que as vias representam
"fluxos". Nesse local, o fluxo é separado por uma restrição legal,
você não pode transpor essa separação sem ir contra a lei, e é melhor
que o seu GPS não o incentive a fazer isso, certo?

Tag = etiqueta. São marcações que você adiciona a um objeto para
descrevê-lo. "highway" é uma tag, com valores "primary",
"primary_link", "secondary", "secondary_link", etc. O Potlatch esconde
essas coisas de você infelizmente, mas o JOSM não. Repare nas
etiquetas desta via (no painel à esquerda):
http://www.openstreetmap.org/way/68915542

Ou desta outra, que está mais completa:
http://www.openstreetmap.org/way/203195761

Restrição de manobra (ou de conversão, como costuma ser chamada no
OSM) é representada por uma relação contendo:
- um nó
- uma via de entrada
- uma via de saída

As vias devem ter um dos seus extremos passando pelo nó, ou seja,
ambas as vias devem ser quebradas exatamente no nó.

Na relação, o nó deve ter o papel "via" (que quer dizer "passando
por") e as vias de entrada e saída devem ter os papéis "from" e "to"
respectivamente. O plugin turnrestrictions do JOSM (mencionado naquele
link que eu lhe passei) facilita muito esse trabalho: basta você
selecionar o nó "via", depois a via "from" e a via "to" e apertar um
botão e tudo está feito.

A relação em si deve ter a tag type=restriction e restriction=* onde *
é um dos seguintes valores: no_right_turn / no_left_turn / no_u_turn /
no_straight_on / only_right_turn / only_left_turn / only_straight_on.
Isso está descrito aqui:
http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Relation:restriction

Exemplo: http://www.openstreetmap.org/relation/1771250

Há mais de 1 ano existe a possibilidade de se usar uma via (e não um
nó) com o papel "via" (para evitar o problema estético a seguir), mas
nenhum GPS/conversor suporta isso ainda. Isso significa que,
atualmente, você só consegue efetivamente representar uma restrição do
tipo "permitido dobrar à esquerda mas proibido fazer o retorno"
mapeando deste jeito: http://www.openstreetmap.org/relation/2804951

De fato o wiki é muito disperso e temos poucas pessoas para manter a
versão em português atualizada. Por isso, eu escrevi a página da
Referência que eu lhe mandei na mensagem anterior
(http://wiki.openstreetmap.org/wiki/WikiProject_Brazil/Refer%C3%AAncia).
Ainda não está completa, e certamente precisa de colaboradores.
Sentimos falta de tutoriais sim, mas eu me divido entre ter que
resolver algumas questões básicas no mapa e fazer os tutoriais. Na
comunidade do OSM as pessoas se orientam mais por exemplos, copiam o
estilo que foi aplicado em outro lugar, e geralmente não gostam muito
de textos longos.

Talvez lhe ajude um conjunto de recursos que eu acumulei na página de
mapeamento de Porto Alegre:
http://wiki.openstreetmap.org/wiki/WikiProject_Brazil/RS/Porto_Alegre/Status

Lá eu guardei um link pra esse sistema que lhe mostra visualmente as
restrições de conversão presentes no mapa:
http://map.comlu.com/?zoom=15&lat=-30.035&lon=-51.231&layer=OSM%20Standard

Note que nem sempre é necessário adicionar uma restrição, quando a
geometria combinada com a tag "oneway" é suficiente para descrever as
restrições aplicáveis, como por exemplo aqui:
http://www.openstreetmap.org/node/297619024

(Veja as tags nos três caminhos listados ali na esquerda onde diz "Faz
parte de").

"Em não se nomeando uma via no GPS teremos só a instrução de vire a
direita, esquerda ou siga em frente."

Não vejo um problema com isso, é assim em todos os outros países.

"O termo RÓTULA é empregado no idioma PT-PT. No nosso idioma, assim
definido no Código de Trânsito Brasileiro, é ROTATÓRIA."

Rótula ou rotatória, removi ambos, junto com as suas variações.

"Me perdoe, mas não compreendi em que o emprego dos nomes retorno,
acesso, rotatória, agulha, etc prejudicariam a busca por nomes de
ruas."

Coisas que tenham nomes similares a acesso ou retorno (por exemplo,
digamos que exista uma loja chamada Acesso ou outra chamada O Retorno)
fariam a busca retornar vários resultados, e havendo milhares deles
numa única cidade, seria impossível refinar a busca. A tag "name", em
combinação com as demais tags, serve para identificar algo de forma
tão unívoca quanto possível (como numa listagem textual), não para
descrever o que a coisa é, que já é descrita por outras tags.

Outros exemplos incluem chamar um hospital simplesmente de "Hospital"
- isso já está claro pela aplicação da tag amenity=hospital. Se você
souber o nome do hospital, daí sim, marque com "Hospital [nome]". O
mesmo vale para escolas, igrejas, etc.

Eu me pergunto por que você procuraria por uma rotatória, mas
independente disso, sua aplicação deve buscar por um elemento contendo
tag junction=roundabout e não pelo nome "rotatória". Não tendo esse
recurso, você poderia fazer isso visualmente (mas lembrando que nem
todo círculo é uma rotatória). Enfim, essa discussão não é comigo e
sim com a comunidade, e como lhe disse, não é feito no exterior e foi
desfeito aqui no Brasil para acompanhar o mesmo estilo (não estamos
sozinhos no mundo).

2013/12/18 ThUnDeRCeL <thundercel em gpsinfo.com.br>:
> Fernando,
> somente agora, após uma resposta do Gerald na lista talk-br é que caiu minha
> ficha quanto a finalidade do OSM. Visando compartilhar esse entendimento
> reproduzi aqui na lista COCAR aquela mensagem.
>
> Agora compreendi que o OSM é um projeto muito mais ambicioso do que eu
> imaginava.
>
> Compreendi que o mapeamento nele, seja para quem for, deve retratar a
> realidade local e que situações marcantes para determinado emprego devem ser
> exploradas por meio de TAGs cabendo a configuração do reconhecimento dessa
> TAG no conversor e no compilador.
>
> Quando me referi a manuais OSM quis apontar material explicativo,
> orientador. Sei que as instruções OSM estão contidas no Wiki, entretanto
> está sendo muito difícil a mim consultar alguma duvida a respeito porque as
> orientações a respeito estão espalhadas em inúmeras paginas diferentes.
>
> No tocante a separação da via de pista simples em pista dupla devido a faixa
> continua respeito a sua opinião e a de outros, mas continuo com a minha de
> não fazer essa distinção por meio do desenho e sim por meio de aplicação de
> restrição de manobra que já existe TAG e implantada para atender ao uso do
> OSM como dados para navegador gps.
>
> Agora, sabedor que o OSM atende a muitas plataformas, agrego a defesa de não
> se criar pista dupla ali na Av Chuí. Sou de opinião que ali ela deve se
> manter em uma reta só como é.
>
> Quando você se deparar com uma via com faixa contínua, pense no valor
> utilidade de cada tipo de mapeamento (como linha simples ou como duas linhas
> separadas) e o impacto que isso tem no roteamento, especialmente para chegar
> a um destino. Eu lhe apontei alguns exemplos, mas talvez o ideal seja você
> mesmo testar a idéia. Pelo que percebi, essa questão se torna mais
> importante em grandes centros urbanos movimentados e menos importante ao se
> afastar da cidade (ex.: em rodovias).
> Já me deparei inúmeras vezes com essa situação, não só em campo como
> mapeando.
> Não domino outras utilidades, mas para GPS garanto que essa pratica de
> criação de pista dupla evitando-se a restrição de manobra não é adequada.
> Agora mais ainda defendo não ser adequada porque a criação de pista dupla ao
> invés de restrição  de manobra é uma ação dedicada a navegador GPS e foge ao
> jargão OSM que como você mesmo disse >  Um princípio fundamental da
> comunidade é fazer o máximo para não mapear pensando nas aplicações
> (renderizador, navegadores, etc.).
> A restrição de manobra é inserida ali por meio de TAG o que no meu
> entendimento agora é o recomendado pelo OSM.
>
> Quanto a restrição de manobra para o JOSM agradeço o apontamento do link
> http://wiki.openstreetmap.org/wiki/JOSM_Relations_and_Turn_Based_Restrictions
> Não havia até então encontrado.
> Está sem nome porque são vias do tipo "secondary_link", que geralmente são
> vias sem nome.
> Nesse aspecto, para emprego dos dados OSM em navegação GPS vamos ter um
> grande problema se nada for feito.
> Em não se nomeando uma via no GPS teremos só a instrução de vire a direita,
> esquerda ou siga em frente. Perderemos a capacidade TTS dele onde a Raquel
> na fala emite a instrução de manobra e o nome da via que se deve fazer a
> conversão ou seguir em frente.
> Não tenho ainda opinião formada para resolução disso, talvez com o emprego
> de uma TAG a ser reconhecida e processada pelo conversor, sei lá.
>
> O termo RÓTULA é empregado no idioma PT-PT. No nosso idioma, assim definido
> no Código de Trânsito Brasileiro, é ROTATÓRIA. NO inicio não nos foi fácil
> modificar no Garmin esse termo de rotula para rotatória. Aprendemos e hoje
> nossos Garmin avisam da proximidade da Rotatória desde que no mapa exista a
> TAG chamando a isso.
>
>
> Me perdoe, mas não compreendi em que o emprego dos nomes retorno, acesso,
> rotatória, agulha, etc prejudicariam a busca por nomes de ruas. Lembro
> inicialmente que essas nomenclaturas não advém de dito popular e sim são bem
> definidas no CTB.
> Quando da busca no GPS procuramos por nomes de rua e não por um desses
> nomes, apesar que se eu desejar buscar a rotatória mais próxima da minha
> posição encontrarei essa na busca se existir o nome rotatória no mapa.
>
> []s
> Marcio
>
>
> From: Fernando Trebien
> Sent: Wednesday, December 18, 2013 11:41 AM
> To: Cooperativa de Cartografia Digital Livre ; OSM talk-br
> Subject: Re: [Cocar] Contribuintes para cidades do RJ no OSM
>
> "mas na minha opinião o OSM se dedica a fornecer mapa para Garmin como o
> Tracksource e a Multispectral"
>
> Na verdade, OSM não se dedica a nenhum GPS em particular. Na verdade mesmo,
> o OSM não se dedica GPSs, ele é usado para isso, assim como para várias
> outras coisas (para roteamento e navegação visual de pedestres, ciclistas,
> cadeirantes, para transporte público, e até para mapeamento humanitário:
> http://ambientesgeograficos.blogspot.com.br/2010/01/hoje-venho-escrever-sobre-partilha-de.html).
> Existe um subprojeto dedicado ao mapeamento para navegação
> (http://wiki.openstreetmap.org/wiki/OpenSeaMap) e eles têm tags próprias
> (escolhidas por votação) e plugins que eles mesmos fizeram para o JOSM. Em
> outros países (notavelmente a França), comunidades de ecologistas até se
> dedicam até a mapear árvore por árvore, classificando-as por espécie, e não
> estão nem aí pros carros (se pudessem talvez até excluiriam as rodovias do
> mapa :P). Tem gente trabalhando no OSM com propósitos ligados ao turismo,
> outros que o usam para simulações, para planejamento urbano, e por aí vai.
>
> Um princípio fundamental da comunidade é fazer o máximo para não mapear
> pensando nas aplicações (renderizador, navegadores, etc.). São as aplicações
> que devem se adaptar ao nosso estilo, idealmente. Claro, nem sempre dá pra
> seguir isso à risca (tem certas práticas "idealistas" que quebram o
> funcionamento de praticamente todas as aplicações), mas ainda assim há
> defensores do ideal e de que as aplicações se virem pra funcionar
> corretamente. Eu sou um pouco menos rígido, pois do contrário isso não
> levaria o projeto a atingir a difusão a que se propõe.
>
> "a diferença apontada sobre criação de pista dupla onde exista canteiro
> central fictício (faixa continua) não foi ainda identificada nos manuais
> OSM"
>
> O OSM não possui "manuais" (não há alguém "ditando" regras), pois é um
> projeto aberto e em constante evolução. O que existe é o wiki (contendo
> propostas de tags aprovadas e recomendações gerais de mapeamento), os
> fóruns, as discussões nas listas de e-mail, e quando há um conflito muito
> grande, às vezes há uma votação. As pessoas moderam umas às outras. O
> sistema do OSM encoraja um pouco de "experimentação" e soluções "criativas"
> para certos problemas (dentro de certos limites, claro). Ao lhe indicar que
> uma separação é desejável quando há faixa contínua, eu estou lhe dando a
> minha opinião e a de mais algumas pessoas e motivos que eu acho pertinentes.
> Meu objetivo aqui é influenciar a sua opinião num sentido que eu considero
> positivo, inclusive para os propósitos que você me apontou até agora e que
> acho que me parecem importantes pra você. Alguém disse uma vez (e concordo)
> que no OSM a gente mapeia da forma que é melhor para os outros, não para si.
>
> Quando você se deparar com uma via com faixa contínua, pense no valor
> utilidade de cada tipo de mapeamento (como linha simples ou como duas linhas
> separadas) e o impacto que isso tem no roteamento, especialmente para chegar
> a um destino. Eu lhe apontei alguns exemplos, mas talvez o ideal seja você
> mesmo testar a idéia. Pelo que percebi, essa questão se torna mais
> importante em grandes centros urbanos movimentados e menos importante ao se
> afastar da cidade (ex.: em rodovias).
>
> Os argumentos "contra" esse estilo geralmente giram em torno de 2 fatores: o
> aspecto estético do mapa (vão aparecer 2 linhas ao invés de 1 só) e a
> quantidade de trabalho total (pouco mais de 2x, já que é necessário fazer
> mais conexões e acrescentar mais restrições de conversão). Como lhe apontei,
> o primeiro não me parece ser um problema, e o segundo me parece valer à pena
> pelo benefício de ter um roteamento correto.
>
> "Ainda não encontrei no OSM explicação de inserção de restrição de manobra
> utilizando-se o JOSM"
>
> http://wiki.openstreetmap.org/wiki/JOSM_Relations_and_Turn_Based_Restrictions
>
> "Esse retorno na Av Chuí não está nomeado no OSM. Nenhum deles."
>
> Está sem nome porque são vias do tipo "secondary_link", que geralmente são
> vias sem nome.
>
> "Ora, na minha opinião não se deve descaracterizar o traçado da via
> formatada como secundária para se desenhar uma terciária que é o retorno. O
> desenho da Av Chuí sentido leste deveria continuar refletindo a reta."
>
> Analisando o seu desenho, vejo que é muito similar ao que está no OSM (que
> foi feito por mim), com as seguintes diferenças:
>
> - nomeação dos retornos, acessos e saídas: essa é uma prática abominada no
> OSM porque a idéia de "retorno" (assim como a de "acesso") já está expressa
> pelo tipo de via (que aqui é secondary_link; atenção a esta última parte,
> pois não são do tipo secondary); "Retorno" seria o nome desse segmento caso
> houvesse uma placa (daquelas de nome de rua) no local dizendo que aquilo ali
> se chama (notavelmente) "retorno", e ainda assim você teria talvez milhares
> de elementos com esse nome pela cidade, o que tornaria essa informação pouco
> útil, prejudicaria a busca por nomes de ruas, poluiria o mapa e não
> acrescenta muito à navegação com auxílio de voz; há pouco tempo a comunidade
> brasileira fez um mutirão pra tirar as ocorrências de nomes como "retorno",
> "acesso" e "saída" de todas as principais cidades brasileiras, e aqui em
> Porto Alegre eu também removi as ocorrências do nome "rótula" (exceto onde a
> rótula tem um nome mais notável) porque isso já está expresso pela tag
> junction=roundabout
>
> - linhas retas para as vias principais: é uma diferença de cerca de menos de
> 2 metros, que por mim tanto faz, eu fiz assim porque dessa forma a distância
> média entre o fluxo real e o eixo (representado no mapa) é minimizada; você
> vai encontrar gente bem menos cuidadosa e menos criteriosa editando o OSM
> todos os dias
>
> Vi que você colocou um retorno também para o sentido oposto da avenida Chuí.
> Não está errado, mas na minha opinião, não seria necessário nesse caso
> porque:
> - a faixa contínua é curta e ocorre num lugar comum (antes de um semáforo)
> - não faz diferença para o roteamento
>
> E isso reflete que sim, separar quando ocorre faixa contínua é algo meio
> chato de se fazer e produz alguns resultados menos "naturais", e que a
> preferência tem sido evitar isso onde não for necessário. Mas isso não quer
> dizer que não seja necessário em alguns casos.



-- 
Fernando Trebien
+55 (51) 9962-5409

"The speed of computer chips doubles every 18 months." (Moore's law)
"The speed of software halves every 18 months." (Gates' law)



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