[Talk-br] Hierarquia das rodovias

Pedro Geaquinto pedrodigea em gmail.com
Segunda Maio 20 20:43:12 UTC 2013


Concordo com você Fernando. Só acho que o termo importância (parâmetros
vermelhos) pode continuar sendo discutido. Estamos caminhando para um
consenso intermediário [1], inclusive criando convenções para tags como
unclassified e track.

Tirando da discussão podemos dizer que:

*motorway:* via pavimentada; obrigatoriamente 2 faixas por sentido;
obrigatoriamente sem cruzamentos, semáforos ou lombadas; predominantemente
com canteiro central; preferencialmente com acostamento; acessos e saídas
especiais.
*tertiary: *via pavimentada para acesso de conurbações pequenas *isoladas*,
ou seja, que não sejam caminho para uma cidade; quando não pavimentada liga
municípios.
*unclassified:* via não pavimentada para acesso de conurbações pequenas *
isoladas*.
*track:* via não pavimentada onde só um veículo pode passar por vez.
geralmente são as vias vicinais, aquelas que ficam entre os campos de
plantação, ou dão acesso a uma sede de fazenda.

Agora espero uma maior discussão para trunk, primary e secondary. Se for
pra supersimplificar esse assunto, causando menos dúvidas, prefiro até que
utilizamos todas as BRs pavimentadas como no mínimo trunk e todas as BRs
não pavimentadas como secondary. Esse conceito é utilizado para as RNs da
Argentina e rodovias nacionais na Austrália, e creio que seja copiado no
Uruguai (esse último a hierarquia não tem normas formais na wiki).
Claro que nas demais vias manteríamos os conceitos gerais de trunk, primary
e secondary. O que acham?

E entrando pela primeira vez no meio urbano aqui, acho MUITO bom o conceito
de hierarquia que nós firmamos, que é:

*motorway: *mesmo que no meio rural.
*trunk: *via duplicada, com sinais, cruzamentos ou lombadas.
*primary: *via muito importante para a cidade como um todo
*secondary: *via muito importante para um conjunto pequeno de bairros
*tertiary:* via muito importante para um bairro
e demais...

Só gostaria de adicionar alguns conceitos:

1- Ao invés de tratar apenas vias isoladas, tentar criar um sistema de *
corredores*, mesmo que não oficial, ou informal com os outros
colaboradores. É recomendável até começar abrir páginas na wiki para isso.
Só não faço no momento para o Rio de Janeiro porque estou com tempo curto.
2- Sempre apliquem o *"predominantemente"*: se houver uma exceção em um
pequeno trecho, relevem. Por exemplo, não é porque um trunk entrou numa
rotatória ou num pequeno binário para voltar a ser uma via só que deixará
de ser um corredor trunk.
3- *Evitem* utilizar *descontinuidade de hierarquias*. Por exemplo, não é
necessário chamar um mergulhão/trincheira de motorway se ele sai e volta de
uma trunk. Para isso servirá o sistema de corredores do primeiro conceito,
nesse exemplo o corredor não deixará de ser trunk. Fiz um pequeno tutorial
[2] sobre descontinuidade.
4- Utilizem o *bom senso* para adicionar vias de maior hierarquia que as
próprias vias de acesso à cidade. Se a cidade não tem uma grande
infraestrutura rodoviária (como rodoanéis ou arcos e uma rede de vias
rápidas), não tem porque utilizar uma hierarquia maior. Vejam por exemplo:
Votuporanga [3] e Fernandópolis [4] no interior de SP. Não é exatamente um
erro, mas faz pouco sentido chamar de trunk todas as vias da cidade.

Um abraço.

[1]: Meu fluxograma com parâmetros intermediários:
http://i.imgur.com/rcY2LC6.gif
[2]: Tutorial sobre descontinuidade de hierarquias:
http://i.imgur.com/xpuqmgm.gif
[3]: Votuporanga/SP: http://osm.org/go/NqR~LW8
[4]: Fernandópolis/SP: http://osm.org/go/NqUkNm8_-


Em 20 de maio de 2013 16:03, Fernando Trebien
<fernando.trebien em gmail.com>escreveu:

> Acho que a sua definição de "vicinal" é bem próxima de ser uma via não
> pavimentada onde apenas 1 veículo pode passar por vez. Eu entendo por
> que você usaria track para vias em mau estado, mas daí não sei se o
> melhor não seria usar a tag "smoothness", proposta justamente pra isso
> mas bem pouco usada (não sei de nenhum GPS que considere esse valor no
> cálculo da rota).
>
> Então na sua opinão a ocorrência de semáforos deveria ser uma
> característica para diferenciar motorways de trunk, certo? Sem
> problemas, desde que todos concordem, acrescentamos essa
> característica como requisito para ser "motorway" além dos que já
> foram contemplados.
>
> O caso das pontes acho que seria uma exceção. Nesse caso, poderíamos
> ignorar esse fator na classificação e, se ficarmos em dúvida entre 2
> classes, escolhemos a mais próxima da classificação do restante da via
> (antes e depois da ponte).
>
> Eu assumo que as características sejam sempre "predominantes" e não
> "absolutas" na via. Quer dizer, se houver um curto trecho em que uma
> das características varia, isso não afeta a classificação de toda a
> via - no máximo, afetaria a classificação daquele trecho, mas não
> seria obrigatório. Agora se alguém decidir mudar o trecho baseado
> nesses critérios, também não estaria errado.
>
> Eu entendo e concordo que "highway" deve ser a hierarquia, mas o que
> estamos tentando decidir é como estabelecer essa hierarquia. Eu e você
> podemos discordar sobre o nível hierárquico (ou de importância) de uma
> via. Eventualmente, discutiríamos e chegaríamos a um consenso. Alguns
> meses depois, outra pessoa poderia vir e reabrir a discussão. E assim
> ficaríamos discutindo eternamente, cada vez com uma pessoa diferente,
> que tem um senso subjetivo de importância diferente, como ficou bem
> claro pela quantidade de critérios diferentes propostos nessa
> discussão até agora.
>
> Você não concorda que a hierarquia tem efeitos colaterais sobre o
> formato da via? Ou seja, que o formato "diz alguma coisa" (sem dizer
> tudo, é claro) sobre a importância da via?
>
> Quando você analisa o contexto "local", você tem que ver que "local"
> pode ser uma área muito pequena ou muito ampla, depende da pessoa que
> está considerando. Por exemplo, se eu for calcular uma rota (com GPS
> ou à olho) do Rio de Janeiro até Buenos Aires, o contexto local (a
> relação hierárquica/de importância) das vias depende de comparações
> numa área muito grande. Já se for fazer uma rota do Rio até Niterói a
> relação hierárquica pode ser bem diferente porque as vias da região
> são muito mais parecidas entre si.
>
> 2013/5/20 Pedro Geaquinto <pedrodigea em gmail.com>:
> > A discussão está muito interessante! Desculpem pelo fluxograma estar meio
> > mal explicado, podemos mudar juntos.
> > Tentem fazer novas versões!
> >
> > Em 20 de maio de 2013 13:08, Fernando Trebien <
> fernando.trebien em gmail.com>
> > escreveu:
> >
> >> Eu concordo com tudo que o Pedro e o Gerald disseram (com o que o
> >> Vitor disse sobre as BR-4xx eu precisaria estudar mais) e achei os
> >> fluxogramas muito bons.
> >>
> >> Mas o problema que eu tentei abordar desde o começo é a ambiguidade
> >> nas interpretações do que é comparativamente mais "importante" (qual o
> >> raio de comparação?), do que é "vicinal", do que é uma "pequena"
> >> conurbação, e até o do que é "paralela" (pois nenhuma via é
> >> absolutamente reta).
> >
> >
> > Vicinal: eu imaginei vicinal todas aquelas pequenas estradinhas que
> passam
> > entre os "lotes" de plantação (não sei o termo certo) e acessos a
> chácaras,
> > sítios e sedes de fazenda. Eu também utilizo "highway=track" para ruas de
> > terra em péssimas condições, mas posso mudar.
> >
> > Pequena conurbação: nesse caso fica meio fora do contexto apenas "pequena
> > conurbação", o termo que usei foi "acesso a pequena conurbação isolada".
> A
> > ênfase está em "isolada", ou seja, um distrito ou concentração rural que
> não
> > seja caminho para outro município.
> >
> > Paralela: imaginei uma cidade populosa com um caminho mais utilizado e um
> > caminho alternativo.
> >
> >>
> >> Foi muito bom marcar as coisas ambíguas em
> >> vermelho no fluxograma para guiar o debate, mas eu marcaria algumas
> >> coisas a mais.
> >>
> >
> > Eu marquei essas coisas a mais com preto! Leia a legenda no fluxograma
> que
> > explica minha sugestão. Em preto são características que levam um pouco
> de
> > reflexão, em cinza são características físicas (podem ganhar um
> "predomina"
> > antes de cada pergunta) e em vermelho são características que devem ser
> > discutidas por toda a comunidade.
> >
> >>
> >> Acho melhor tentarmos nos concentrar nas características mensuráveis
> >> da via para minimizar as nossas divergências. Parece que estamos nos
> >> concentrando na classificação em área não-urbana, então vou considerar
> >> apenas isso a seguir.
> >>
> >> Parece que todos concordam que uma "motorway" precisa ter 2 pistas,
> >> acostamento, canteiro central, e (eu defendo) a alta velocidade. Se
> >> faltar alguma dessas coisas, o máximo que ela poderia ser é "trunk".
> >
> >
> > Não concordo em colocar na mesma medida acostamento com falta de
> > cruzamentos! E falta de canteiros centrais em pequenos trechos não faz a
> via
> > deixar de ser motorway como um semáforo faria: isso é uma convenção
> global
> > no OSM.
> > Não seria bom senso chamar a Ponte Rio-Niterói de trunk, aquilo é
> claramente
> > uma motorway, apesar de não ter acostamento (já teve inclusive no
> passado).
> > Em "restrições?", eu pensei nisso: "semáforos, lombadas e/ou
> cruzamentos?"
> > (com resposta invertida, claro)
> >
> >>
> >> Para ser trunk, o Gerald e o Pedro parecem concordar que teria que ter
> >> tudo isso exceto o canteiro central, e eu dispensaria a alta
> >> velocidade também. (Em meio urbano, no entanto, uma trunk seria de
> >> velocidade superior (80 km/h) à das avenidas principais (60 km/h) para
> >> corresponder à definição no wiki.)
> >>
> >> Isso faria com que as primárias do Gerald que fossem duplicadas e
> >> tivessem acostamento se tornassem "trunk" e concordaria com os
> >> fluxogramas do Pedro.
> >>
> >> As primárias, então, seriam parecidas com as trunk, mas de pista
> >> simples e com acostamento. Temos que pensar se o acostamento teria que
> >> ser contínuo ou se aceitaríamos a sua ausência se houver refúgios com
> >> certa frequência.
> >
> >
> > Perfeita sua colocação. Se fôssemos considerar tudo ao pé da letra
> iríamos
> > restringir ainda mais as rodovias e tudo seria secondary, a não ser perto
> > das regiões metropolitanas. Por isso que em cada característica física
> > (marcada em cinza nos fluxogramas), deve-se perguntar se a característica
> > predomina e não se ela é completamente absoluta na via em questão. Isso
> com
> > exceção em motorways, que o carregamento 2x2 deve prevalecer sempre.
> >
> >>
> >>
> >> As secundárias poderiam ser as duplicadas sem acostamento. Isso
> >> indicaria que ainda comportam bastante tráfego mas não foram tão bem
> >> projetadas e podem oferecer alguns riscos. Nesse grupo entrariam
> >> algumas estradas de praticamente todos os níveis administrativos.
> >>
> >> (Acho que alguns prefeririam inverter essas duas definições anteriores
> >> de acordo com o que acharem mais importante, segurança ou volume de
> >> tráfego.)
> >>
> >> As terciárias seriam então as de pista simples sem acostamento e
> >> pavimentadas.
> >>
> >
> > Eu acho que dessa forma vai ficar muito destoante do resto do mundo. O
> > acostamento não é fator decisivo.
> >
> >>
> >> As não-classificadas (unclassified) seriam as de pista simples não
> >> pavimentadas e largas o bastante para fluxo de veículos nos dois
> >> sentidos em quase todo o seu percurso. Seria uma via que bastaria
> >> pavimentar (sem ampliar) para se tornar terciária.
> >>
> >
> > Excelente. A não ser quando liga dois municípios, aí é tertiary. Acho que
> > vocês estão levando muito em consideração as caracterísiticas físicas!
> Para
> > isso servem as tags lanes, shoulder, surface... A tag highway é
> > primariamente para HIERARQUIA.
> >
> >>
> >> Por fim, sobrariam as trilhas (track) que seriam as de pista simples,
> >> não pavimentadas, onde apenas 1 veículo pode passar por vez.
> >>
> >
> > Gostei da definição. :)
> >
> >>
> >> O que acham? Isso poderia virar uma tabela bem simples para um
> >> principiante seguir sem ter dúvidas.
> >>
> >> 2013/5/20 Gerald Weber <gweberbh em gmail.com>:
> >> > Oi Pedro
> >> >
> >> > seus fluxogramas ficaram muito legais, parabéns pelo esforço
> >> > interpretativo.
> >> >
> >> > 2013/5/20 Pedro Geaquinto <pedrodigea em gmail.com>
> >> >>
> >> >>
> >> >> - Um muito próximo do que está escrito na wiki, que é a interpretação
> >> >> livre do Gerald: http://i.imgur.com/2IAfQT7.gif
> >> >
> >> >
> >> > Eu notei que há várias partes na wiki descrevendo as hierarquias das
> >> > rodovias e que não parecem consistentes entre sí. Acho que vamos ter
> de
> >> > fazer uma busca geral.
> >> >
> >> > Sobre este fluxograma, acho que não ficou muito claro as caixas com
> >> > "vicinal" no caso de rodovias não-pavimentadas e "restrições"  no caso
> >> > de
> >> > motorway. Eu trocaria "restrições"  por "tem canteiro central, acessos
> >> > especiais e não tem cruzamentos?" ou algo assim.
> >> >
> >> > Trocaria "vicinal" por "é de uso constante, larga e tem manutenção
> >> > periódica?"
> >> >
> >> >>
> >> >>
> >> >> - Um intermediário da minha sugestão. Só com alguns parâmetros a mais
> >> >> que
> >> >> adicionei, para padronizar por exemplo o uso de "unclassified":
> >> >> http://i.imgur.com/rcY2LC6.gif
> >> >
> >> >
> >> > Ficou interessante também.
> >> >
> >> >>
> >> >>
> >> >> - Minha sugestão. Com o conceito de "importância" que depende da
> >> >> interpretação da comunidade: http://i.imgur.com/MsqrZlp.gif
> >> >
> >> >
> >> > Não querendo puxar a sardinha para a minha brasa, mas este fluxograma
> é
> >> > o
> >> > que melhor mostra a complexidade em optar por este esquema de
> >> > classificação.
> >> >
> >> >>
> >> >>
> >> >>
> >> >> Ah, e quanto a essa questão (meio off) de que se houvesse
> >> >> infraestrutura
> >> >> não haveria essa indagação: foi exatamente assim que eu comecei a me
> >> >> questionar. Essas vias que eu sugiro serem marcadas como trunk, por
> >> >> serem
> >> >> mais importantes que meras primary, deveriam ter sido duplicadas há
> >> >> tempos
> >> >> pelo tráfego pesado que recebem. Acaba que no Brasil temos corredores
> >> >> muito
> >> >> importantes com um formato totalmente desproporcional. É um atraso
> que
> >> >> temos
> >> >> no país, infelizmente.
> >> >>
> >> >
> >> > O país é gigante e pobre, e suas prioridades tem hora são muito
> >> > estranhas.
> >> > Não vejo como o resultado pudesse ser muito diferente.
> >> >
> >> > Nem por isto podemos marcar as rodovias pelo que elas deveriam ser,
> quer
> >> > dizer, não faz sentido marcar uma rodovia como trunk por que ela
> deveria
> >> > ser
> >> > duplicada mas não é.
> >> >
> >> > mais uma vez obrigado por esta sistematização.
> >> >
> >> > abraço
> >> >
> >> > Gerald
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