[Talk-br] Mapeando coisas que ainda não existem

Fernando Trebien fernando.trebien em gmail.com
Segunda Dezembro 23 14:14:43 UTC 2013


Coisas em projeto ou em construção podem ser mapeadas sim, mas de
forma especial. Dei uma olhada por altos na Transolímpica e na
Transcarioca e tudo que vi me pareceu correto.

No caso de algo em construção (onde mapear me parece fazer mais
sentido, pois há pouca alteração da geometria quando a construção
estiver concluída), usa-se:
- para rodovias: highway=construction
- para ferrovias: railway=construction
- para hidrovias: waterway=construction
- para terrenos em obras: landuse=construction
(ver http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Key:construction)

Se você já quiser especificar o que a construção é, pode usar a tag
construction=* onde * é o valor que iria em
highway/railway/waterway/landuse. Por exemplo,
highway=construction+construction=tertiary.

Exemplo de um BRT em construção aqui em PoA:
http://www.openstreetmap.org/way/230273926
(nota: ao final da construção, seria necessário acrescentar as tags de
acesso aqui)

Para coisas em projeto, funciona da mesma forma, só mudando
"construction" por "proposed"
(http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Key:proposed). Então uma terciária
em vias de projeto seria highway=proposed+proposed=tertiary. Tanto
construction quanto proposed são tratados pelo Mapnik da mesma forma e
produzem o mesmo desenho (mas poderiam não o ser por outro
renderizador).

Conversores para GPS (desde que bem feitos) ou ignoram essas vias
proposed e construction, ou as convertem para alguma classe
correspondente não-roteável (que só serve para visualização). Então,
se o traçado da via em construção ou em projeto estiver correto, não
vejo motivos para remover do mapa.

Há um possível probleminha: construções raramente sofrem alterações
até a finalização, diferente de coisas em projeto. Ou seja, daria
trabalho ficar atualizando o traçado em projeto. Se eu não estiver
pessoalmente envolvido com tal projeto (se o meu objetivo fosse
somente o de completar o mapa do OSM), eu priorizaria as coisas que
existem há mais tempo (como prédios antigos) e que nunca ou quase
nunca mudam. Mas se for importante pra alguém mapear algo em projeto
(talvez porque muita gente esteja discutindo sobre ele), a pessoa pode
fazê-lo. Nesse caso, pra auxiliar a colaboração com os outros
mapeadores, eu recomendaria bastante acrescentar também as tags
"source", "source:date" e quem sabe uma "note" nesses elementos em
projeto. Isso permite que outra pessoa revisando o mapa possa
facilmente atualizá-lo consultando a mesma fonte. Nas construções não
acho que seria tão importante isso.

Um parêntese: já vi 2 formas diferentes de refletir a idéia de algo já
finalizado que está em obras (ou, mais especificamente, "fechado ao
público por estar em obras"): alguns simplesmente colocam a tag
access=no, e outros transformam a coisa numa construção (é o que eu
prefiro porque daí fica bem claro no render que há algo diferente
acontecendo). Embora "em obras" seja diferente de "em construção",
acho que são equivalentes de uma perspectiva prática (de como uma
pessoa pode interagir com tal via/prédio/terreno). Um exemplo:
http://www.openstreetmap.org/browse/way/230276183

Seguindo nessa linha do que "pode" e do que "não pode" no OSM, eu
diria o seguinte: pode (sem questionar) tudo que tiver proposta votada
e aceita (independente de os editores já terem incorporado a idéia). E
é possível regidir e promover uma proposta para praticamente qualquer
coisa. Também é possível questionar e buscar o consenso para invalidar
uma proposta mal feita, mesmo que já aceita (já aconteceu algumas
vezes, e provavelmente vai acontecer mais algumas). Algumas propostas
aceitas acabam não sendo adotadas amplamente, mas segui-las não
estaria errado, apenas representaria um mau investimento do seu tempo
se o seu objetivo for consumir a informação através de aplicações. As
aplicações são o motivo por trás das cobranças da comunidade quando se
diz pra mapear de um jeito ou de outro, a diferença é que somos
"application-agnostic": não fazemos coisas para favorecer nenhuma
aplicação em particular, mas todas ao mesmo tempo (inclusive as que
ainda não foram desenvolvidas), sujeitos claro aos recursos que temos
(em particular, aos recursos de hardware e rede de que a OSMF dispõe,
e ao esforço da tarefa de mapeamento). Um "segredo": você pode (o
sistema não impede) de fazer coisas que não estão em propostas
(inventar tags novas, por exemplo), especialmente se estiver
exemplificando uma proposta nova, mas daí, pra não prejudicar muita
gente, procure fazer isso num lugar mais remoto do mapa (ex.: no meio
de um deserto, ou na Antártica), e também procure não deixar
abandonado lá indefinidamente caso a proposta não se popularize.

2013/12/23 Paulo Carvalho <paulo.r.m.carvalho em gmail.com>:
> Fernando,
>
>     Qual é a política do OSM quando se trata de coisas projetadas mas que
> não existem?  Hoje identifiquei no Rio os BRTs Transolímpica (projetada) e
> Transcarioca (não operacional).  Acho que não devam estar mampeadas.
>
> []s
>
> PC



-- 
Fernando Trebien
+55 (51) 9962-5409

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